sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NENHUM ALIMENTO DEVE SER BANIDO DA DIETA PARA EVITAR PROBLEMAS DE CORAÇÃO



Estudos comprovam que manter um hábito alimentar saudável tem grande repercussão na prevenção de doenças cardiovasculares. Mas, para isso, é necessário o conhecimento da composição química dos alimentos. O que, de acordo com Carlos Scherr e Jorge Pinto Ribeiro, no estudo "Gorduras em laticínios, ovos, margarinas e óleos: implicações para a aterosclerose", publicado este ano nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, não acontece no Brasil. As tabelas de composição química de alimentos disponíveis no Brasil são limitadas quanto ao conteúdo de gorduras e colesterol
Os autores realizaram uma extensa avaliação da composição química de grande número de alimentos utilizados no país para construir uma tabela de composição de alimentos com aplicabilidade clínica. Independente do tipo de dieta escolhido, o conhecimento da composição de alimentos é um pré-requisito para uma prescrição dietética adequada e pode possibilitar uma maior adesão a uma alimentação mais saudável para o coração.
O estudo mostra, por exemplo, que uma intervenção com baixo teor de carboidratos pode resultar em modificações favoráveis do perfil lipídico quando comparada com uma dieta com baixo teor de gorduras ou uma Mediterrânea.
Segundo os autores, não existem alimentos que devam ser banidos de uma dieta recomendável em relação aos níveis de colesterol, e sim, em alguns casos, há a necessidade de serem consumidos em menores quantidades. "O ovo não necessita ser banido, o leite semidesnatado pode ser suficiente, o óleo de girassol, por ser mais barato que o de canola, também pode ser utilizado como opção. O queijo minas, inexistente nas tabelas estrangeiras, pode fazer parte da alimentação, enquanto as margarinas com baixo teor de gorduras trans ou, de preferência, sem estas, são mais recomendáveis que as manteigas", exemplificam.
Para eles, a necessidade de tabelas nacionais fica bem exemplificada do ponto de vista prático quando o alimento é o leite. Pois, o presente estudo constatou que em 200ml de leite a percentagem de gorduras saturadas e colesterol é muito diferente da encontrada na Tabela da UNIFESP, por exemplo, que é americana. Como nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a média de consumo anual de leite por pessoa é de 40 litros, ou de 200 copos de 200 ml, a estimativa de consumo anual de gordura saturada em leite desnatado passaria de 120 para 260 mg. Da mesma forma, a estimativa anual de consumo de colesterol em leite integral passaria de 2.720 para 5.600 mg, usando essas duas fontes de consulta.



Fonte: Saúde em Movimento/Notisa
Publicado em: 09/12/2010

Janilce Mara Braga

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